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CINEMAS NOS: Parque Atlântico (2024) | Avaliação de Cinema

 

 Cinemas NOS Parque Atlântico

Data da Visita: Novembro de 2024

Sobre o Cinema

Nos anos 2000, o grupo açoriano Paim planeou um grande projeto para a Ilha Terceira, o NovAngra, que incluiria um centro comercial, apartamentos e um cinema. Nesse período, surgiram conversas sobre a possibilidade de o cinema ser operado pela ZON (atualmente NOS), mas o projeto nunca se concretizou. 

Em 2003, o Parque Atlântico abriu as suas portas em São Miguel, e os cinemas geridos pela Castello Lopes Cinemas foram o primeiro complexo de cinemas do arquipélago. A empresa trouxe uma experiência de cinema moderna para a cidade de Ponta Delgada. No entanto, com a falência da Castello Lopes em 2013, a gestão passou para a Cineplace, que não conseguiu implementar as melhorias necessárias. Com o tempo, as salas começaram a deteriorar-se, o que levou a uma queda na afluência de público. As críticas eram frequentes, principalmente devido à falta de manutenção das instalações, como cadeiras desgastadas e sistemas de som e imagem desatualizados.

A Cineplace manteve-se no comando até 2024, mas a falta de investimento e as condições precárias resultaram numa insatisfação crescente por parte dos clientes. Em 2024, a Sala 4 foi fechada por problemas técnicos e, sem orçamento para reparos, a qualidade do cinema foi ainda mais comprometida. O espaço foi então encerrado a 30 de agosto de 2024.

Assim o desejo antigo da NOS de ter presença no arquipélago dos Açores concretizou-se. A 11 de outubro de 2024, os Cinemas NOS foram oficialmente inaugurados, com a exibição do filme Joker 2: Loucura a Dois. A inauguração contou com a presença do executivo regional e da imprensa. A NOS investiu cerca de 580 mil euros na renovação do complexo, modernizando as instalações com novas tecnologias. 

O complexo possui projeção digital a laser e som Dolby Digital 7.1.

  • Sala 1: 189 lugares
  • Sala 2: 128 lugares
  • Sala 3: 103 lugares
  • Sala 4: 122 lugares
  • Total: 542 lugares

A Minha Experiência

A entrada dos Cinemas NOS Parque Atlântico é marcada por cartazes digitais em televisores plasma, que já antecipam o ambiente moderno do espaço. A decoração segue o padrão mais recente da NOS, muito semelhante ao que foi implementado no recentemente renovado NOS Glicínias Plaza em Aveiro. O cinema conta com três kiosks no interior: um na zona da praça de restauração do centro comercial e dois dentro do próprio cinema. O balcão de atendimento, que se encontra um pouco mais afastado, é dividido em duas secções: uma voltada para o público em geral e outra para quem já se encontra dentro do cinema e pretende comprar algo, um modelo bastante comum nos cinemas NOS.

O espaço conta ainda com uma área destinada a festas infantis. O hall de entrada segue a estética característica da NOS, com tons de cinza e preto predominando, além de algumas televisões e banners a promover os filmes em cartaz, embora o tamanho desses banners ser reduzido. O atendimento foi simpático e prestável, com uma equipa maioritariamente jovem que se mostrou agradável e disponível. As pipocas doces estavam no padrão habitual da NOS, saborosas e frescas, com apenas alguns eventuais milhos não estourados, o que é uma falha pontual que não compromete a qualidade geral.

As salas de cinema estão localizadas na parte de trás do espaço, organizadas de forma simétrica: duas salas de um lado e duas do outro, em frente uma da outra. As casas de banho estão convenientemente localizadas ao lado das salas. Antes da entrada em cada sala, há um ecrã digital que apresenta os posters dos filmes em exibição, a disposição da sala e informações técnicas relacionadas com a projeção, o que é uma adição prática para os espectadores

O filme escolhido foi Gladiador II, a aguardada (por alguns) sequela do clássico de 2000. A exibição teve lugar na Sala 4, uma sala que pode ser considerada de pequena dimensão, mas com um ecrã de grandes proporções, proporcionando uma excelente imersão na experiência cinematográfica. A qualidade da projeção foi fenomenal, algo a que se pode atribuir o facto de o cinema ter sido inaugurado recentemente, há menos de mês e meio. As cadeiras são acolchoadas, confortáveis e altas, o que garante um bom conforto durante a sessão. O som estava bem calibrado, com colunas modernas e uma acústica que se mostrou adequada, nem demasiado alto, mas o suficiente para uma imersão completa. A projeção estava irrepreensível, com cores vivas e nitidez notável.

Sala 4

No entanto, notei alguns detalhes que merecem atenção: houve durante um tempo algum barulho a vir do outro lado da porta da saída de emergência (talvez algum armazém). Embora o cinema tenha sido recentemente reformulado, na Sala 4 alguns acabamentos não estavam perfeitos. As alcatifas não estavam totalmente bem coladas e algumas arestas não foram bem limadas. Estes pequenos defeitos, embora não interfiram significativamente na experiência geral, podem ser facilmente corrigidos se a empresa desejar, já que são falhas menores..

O Filme

Gladiador II apresenta um elenco de peso. O início, no entanto, não me convenceu totalmente: foi um pouco monótono, com a morte da esposa do protagonista Hanno logo nos primeiros minutos, tentando criar um apelo emocional que não teve muito impacto, uma vez que o público não teve tempo para se envolver com a personagem.

O vilão da história, interpretado por Denzel Washington, é interessante, começando com intenções aparentemente boas, mas gradualmente revelando-se uma personagem egoísta, disposta a tudo para alcançar os seus objetivos. Connie Nielsen, que regressa ao seu papel de Lucilia do primeiro filme, foi brilhante, como era de esperar, e foi fácil reconhecê-la novamente na personagem.

Contudo, o grande destaque do filme vai para Paul Mescal, que interpreta Lucius, o herdeiro de Roma. Quando a história começa a focar-se na decadência da cidade e no golpe para tirar os irmãos imperadores do trono, o filme realmente ganha fôlego. A estrutura do filme, embora demasiado similar em partes à do primeiro Gladiador, parece intencional, talvez para fazer a comparação de que o filho de Maximus passou pelo mesmo que o pai.

As imagens do primeiro filme foram bem integradas, e alguns flashbacks pareceram ter utilizado inteligência artificial, para rejuvenescer a face de Connie Nielsen por exemplo (embora não tenha encontrado informações oficiais a respeito online). O filme foi bom, com um início algo lento, mas que eventualmente ganhou ritmo, mantendo a qualidade até ao fim e melhorando gradualmente.

Conclusão Geral


Os Cinemas NOS Parque Atlântico oferecem uma excelente experiência cinematográfica, com um ambiente moderno, tecnologia de ponta e conforto. A projeção e o som são de alta qualidade, criando uma experiência imersiva. O cinema, que foi recentemente renovado, tem alguns detalhes de acabamento que podem ser melhorados, mas nada que comprometa a experiência global.

A qualidade da exibição é excelente e a equipa de atendimento prestável, contribuindo para um ambiente agradável. Poderia eventualmente contar com alguma sala Dolby Atmos, tecnologia inexistente nos Açores. Os Cinemas NOS Parque Atlântico sendo o único complexo de cinemas dos Açores, são um excelente local para assistir a filmes, oferecendo uma experiência confortável e de alta qualidade aos espectadores.

Avaliação: 

9/10.

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